Travessia da saudade
Essa travessia me leva até o passado, do tempo em que eu catava sementinhas vermelhas pelas calçadas da orla de Petrolina, enquanto minha mãe, docemente, se vestia de paciência pra entender essa criança que ela tinha. "Vamos, Nini, vamos perder a barquinha!", ela dizia. "Só mais essa, mainha, só mais essa que tá linda", era o que de mim ela ouvia. E já dentro da barquinha, as jogava ao longo do percurso, para brotar árvores dentro do rio. Ela entendia desse meu amor por árvores, só ela compreendia porque era eu sua semente do amor que deixou em carne e osso. Eu queria mesmo era brotar de novo essa época, ter as mãos dadas com meu amor eterno. Deixo fluir o rio que é correnteza dentro em mim. Só não tenho mais medo de me afogar...ela sempre me joga uma boia de lá donde está. Foto e crônica - Jaquelyne Costa
Comentários
Grato pela tua visita e comentário!
tua poesia continua surpreendente e delicada, e não conheço melhores adjetivos para a poesia!
Estejas bem!
Sensível.
Voz que encanta
Que cura
Que apazigua minh´alma
-Não permitas que te calem
Tu emanas o canto
Que silencia as sereias
E diante do espelho as faz corar.
Voz que ouço e que atendo:
És musa, deusa e talento
Inspiradora do meu ego
Defensora dos meus julgamentos
Tu és como o mel – suave e doce
Mas, enfurecida,
És firme e forte como o fel
Sem pedir entraste em meu poema
Disfarçando-te em versos.
Contida estas entre palavras
E ao subjetivar-me... te admiro!
*do livro (O ANJO E A TEMPESTADE ) de Agamenon Troyan