Meu monstro, meu amado

Nem me agradavam
Todas aquelas honrarias
Em meu nome.
Cai em desgraça
Causei inveja divina
Fui castigada
Das irmãs fui chacota
“Tão bela e tão pobre no amor!”
Da família me separei
Meu destino era casar
Um monstro deram-me por marido
Num castelo fui morar
Lugar mais belo jamais meu olhos avistaram
E fui tornando-me princesa
Aprisionada pela curiosidade
Toda noite o monstro vinha
E de amor me deixava repleta
Mas uma coisa sempre me dizia
Por ser eu proibida
Não ver como era o semblante
Do amor deitado ao meu lado
Por demasia errei
Feri-o de óleo fervendo
Machucado por dentro e por fora
Voou para longe de mim
Envergonhada pelo meu ato
Desatinada sai
A procura do jovem encantador
Com suas asas peroladas
Sua face rosada
Sua pele alva como a neve
Seus raios de sol encaracolados...
Vênus deu a mim desafios
Mas por benevolência divina fui guiada
Ceres ajudou-me nos grãos
O deus do rio facilitou-me as lãs douradas
Uma voz bondosa salvou-me da morte
Quando desesperada
Deveria ir até Prosérpina
E buscar um pouco de sua beleza.
Ao fim meu amado veio acudir-me
E comovidos por nosso amor
Júpiter abeçoou-me com a imortalidade
E do meu amado sou a alma
E ele meu amor eterno
Somos assim um a metade do outro
Chamam a mim Psiquê,
meu monstro, meu amado,
é Cupido,
aquele que feriu-me a boca,
ardentemente,
com a ponta de sua flecha
e eternas são as nossas núpcias.




Jaquelyne de Almeida Costa

Comentários

Amor disse…
oi a guerreira me passou o blog dela vim lhe convidar pra ver as mudanças bjs!marcia, do blog meus pensamentos.nossa jaque este ta lindo saudades de ti!
poesia é isso:
história, canto e beleza...

adoro-te
e saudades muitas...

do seu menino-home-voltando-a-pensar-na-paixão...!
Jaquelyne Costa disse…
Márcia!!
Obrigada, amiga!
poxa que saudade de vocês,viu!!
Obrigada por estar sempre por aqui!
Um grande beijo!
Jaquelyne Costa disse…
Abraão,
meu amor, meu menino...

você me deixa flutuando com suas palavras-poema!
Ai, meu Deus!
Se Cupido me acertasse um rapaz aqui das redondezas assim feito você... eu estaria feita na vida!

Beijos,meu amado!
Clayton Ângelo disse…
Oi Jaque, viajei no texto e na história....abraços
Ahab disse…
O Clichê do romantísmo de contos de fadas, com uma pitada erótica. Onde estão metido os deuses do panteão grego/romano podes crer que tais sentimentos estarão exacerbidos.

Direto do Rio.
Beijos.
saudades e saudades e uma lembrança do seus olhos...

beijos,

do seu menino-homem-menino
Muito bom o contexto e temática do blog, por isso te sigo, abraço!
Jaquelyne Costa disse…
Ana...
um grande beijo pra você também!
Olha, não estou conseguindo abrir seu blog...

por isso não comentei!
Mas deu pra perceber que você mudou o template!
Ficou lindo!
Jaquelyne Costa disse…
Clayton,

que bom saber disso, viu!!

Um grande beijo
Jaquelyne Costa disse…
É, Léo!

Cada um sente do poema o que lhe há.
Então, Jaquesou livre...


Beijos=*
Jaquelyne Costa disse…
Cristiano!
Pois muito bem!
Sinta-se à vontade por aqui!
Logo, logo, visitarei o teu blog!

Um grande beijo=*
Giuseppe Menezes disse…
Ah, que saudade daqui. Que saudade de você. E que saudade de ler sobre mitologa (coisa que tanto gosto). E, particularmente, adoro esta estória de Amor & Alma.

Postagens mais visitadas deste blog

Travessia da saudade

Poema do sim e do não