Filosofia de ser Águia
A águia voa sobre minha cabeça Meus pés encharcados de lágrimas. A águia voa E se afunda em mim: eu abutre! As águias não choram pelo seu sofrimento Só voam alto pelo firmamento. As águias não perdoam Quando um peixe, lá em baixo, vacila. As águias enxergam longe Mesmo que não seja preciso. As águias não são amigas dos abutres. As montanhas onde moram São paraísos recintos de solidão, Outros animais não percebem Essa amplidão. As águias não se importam com a dor Arrancam, elas mesmas, seus bicos, penas e unhas Se necessário for E ficam aves feias para renovarem as forças, Para renovarem seu tempo de vida. Mas para tudo isso É necessário amor, Porque sem ele Não há mudanças felizes. As águias não são amigas dos abutres, Eles buscam por coisas mortas; Elas enfrentam a morte Para se manterem vivas. A águia voa sob meus pés Minha cabeça encharcada de penas. A águia voa E derrota seu inimigo em mim: A morte. Jaquelyne de Almeida Costa