A epístola de uma vida amantíssima
Ao ouvir Elephant Gun e relembrar o último episódio da minissérie Capitu (Baseada na obra Dom Casmurro de Machado de Assis)
E essas gotas de mar Que brotam cheias de meus olhos Doloridos de saudade -eis que a dor me é a própria Eternidade: esse mar que me Escorre a face É resquício de um amor que tive Desses que são únicos E tão logo se iniciam Tão cedo vão embora. Assim vivo com meu coração Enorme e pesado como um elefante velho Que já não quer mais andar Em busca de vida. Meus sonhos tocam saudosistas Num realejo dentro de mim E caminho aqueles olhos Que outrora eram minha mais pura felicidade Meu anélito mais legítimo Minha própria vida, enfim. Chegam mais gotas do mar E eu já nem vejo mais As palavras, as cartas manchadas Por essas liquidezas de sal Marcadas pelo batismo triste da saudade. Se eu pudesse, Nem mais guardaria aqui os meus sonhos Eles merecem um berço mais profundo Distantes deste mar que carr