Sou Mãe D'água

Enfeitiçada eu sigo o caminho
Passando por pedregulhos e espinhos
Na beira do rio alguém me acena
É meu Nego D’água que diz:
Vem pra cá, fulô de açucena!
Meia noite eu entro no rio
Que dorme mansinho
fazendo corrupio
a lenda que diz
nessa hora alguém entrar
perde o juízo
ficando por lá
pois eu sei que perdi o meu
quando o Nego me chamou
o meu coração tremeu
é batuque forte de amor.
Quando o sol se acordou
Eu já estava me requebrando
Fazendo troça na água
Com minha calda balançando
Mãe D’água me tornei
Agora ele é meu rei
E eu serei sua rainha
Vou lhe fazer doce companhia
E nas águas do Chico fundo mergulhar.

Foto e Poema: Jaquelyne de Almeida Costa

Comentários

Hugo de Oliveira disse…
Nossa brilhante esse poema lembrei de Oxum e Iemanjá, rainha das águas...


abraços


Hugo
"E eu serei sua rainha
Vou lhe fazer doce companhia
E nas águas do Chico fundo mergulhar."


bonito
e completamente nordestindo,
e isso é mágico e merece aplausos... um interior que não seja só seca e sofrimento, como lendas e amor...

obrigado por ser
e por me revestir...

sinto sua falta no meu espaço,
um beijo grande e amo...

do homem-menino-agora-de-volta
Jaquelyne Costa disse…
Hugo,

tenho uma amiga que é baiana e me disse que sou filha de Iemanjá!
Veja só...

Beijos, meu querido!
Obrigada!!
Jaquelyne Costa disse…
Meu menino

eu estou sentindo falta até de mim...

Te amo
mas não me engano
sou sua eterna companhia!

Beijos repletos de pinceladas...

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